e quando a noite fica fria
o dia nos aquece
a tarde nublada
anuncia a chegada de frente fria
que atua só a noite
e quando a janela do banheiro fica aberta, pra sair o calor
do banho quente
a gente dorme com o nariz de fora da coberta
a corrente de vento, obedecendo as leis da física
entra e faz passar, por entre os rostos
as narinas
amanhece o dia, a casa já absorvera todo o frio
faz mais frio aqui dentro
que lá fora
e a garganta arranha
o nariz escorre
e nem comer mais me dá prazer
até o pum fica 'insosso'
sem sal, sabe?
e durante o dia
eu passo assoando o nariz
que até queima, de tanto papel roçando aqui
durante o sono, eu acordo sem ar
tá tudo entupido!
ainda me arrasto em busca de tudo
e tudo de uma vez
mas ainda rio
da vizinha que assusto dizendo 'boa tarde' bem alto
quando ela vinge não me ver
ainda me compadeço ao presenciar
o porteiro mais gentil do prédio
ser maltratado por qualquer criança mimada
mesmo sem sentir o gosto do salsão
e do molho verde
eu admito: ainda estou vivo!
Um comentário:
Estar vivo às vezes não carece de nenhum sentido.
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