quarta-feira, 4 de maio de 2011

i failed




dias e dias correm pelo relógio. são horas e minutos que, descompassados, alternam-se entre a silenciosa luz, turbulento black out.
os dias terminam, 'a manhã nasce'. do banco, a deixar escorrer pelas mãos a água do milagre que esteve pra acontecer. mas milagrosamente anunciou-se a licença à esperança. estaremos de recesso, de agora em diante por tempo indeterminado.
mas que tal tempo que ora aperta, ora se ajeita e acaba cabendo
aqui dentro
sejamos, pois os donos dos ponteiros e cuidemos com tal zelo do sino que toca
já é tarde
nada se desenha no céu, ainda
assim que o sol desvirginar a madrugada
na sua vã tentativa
em extremos casos, de aquecer aquilo que a lua durante a noite prateou
o brilho frio que não acalenta aos que o teto falta
aqui de dentro, confirma-se o direito de dias inéditos
pois que o pôr-do-sol anunciando a entrada dos ventos de vênus a brilhar cintilante
a cada dia a menos a individualizar o fim da tarde.
a esta altura já faz frio
o mesmo frio do dia marcado pela melodia amaldiçoada de outrora
anuncia a entrada do outono: o verão mal findou-se ainda ontem
e o inverno já espera sua vez, aguarda ansioso as fragrâncias adocicadas que emanam de todos os casais. anseia também a tensão que é possível sentir de cada indivíduo no momento em que aguardam abraços quentes de ponchos vermelhos, 'luvas ocupadas com frequencia nesta época do ano'.
entre tais épocas discorrem sobretudo

as frequencias de 'trás do pensamento' que como ondas hertzianas se dissipam entre um minuto e outro,
mais parece a imagem gravada pela abertura de um obturador qualquer, sem intenção
a imagem da cidade quando entardece,
as luzes dos postes e antigos candeeiros a relembrar tempos remotos
acabam por tingir aquele pedaço do céu de cor pastel em tons de laranja escuro
algumas estrelas acabam ofuscadas e dão-se o direito de serem observadas apenas sob o crivo de talentosos binóculos e lunetas
curiosos em silêncio aguardam
o término do ajuste de marte em capricórnio ao alto do céu ariano
e o gato permanece dentre as flores congeladas
olha-se um miado mudo
a pedir acalantos breves
a deslizar entre as pernas
mais leve que as próprias folhas a enquadrá-lo
dá o que comer ao gato e ao cão
e deita no chão
e não se levanta
até que 'se nasça' um dia em que se possa sentir no ar,
feito o sútil farfalar das borboletas
aquela sensação purificante de muitas possibilidades
..a renovar seus tecidos nasais lentamente.

eu queria ter o poder de escrever sobre tudo.




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