quinta-feira, 3 de março de 2011

escrito e para ser lido ao som de 'Oração ao Tempo*'
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escrever não tem limites
como uma máquina gravadora onde filmagens imagens são sobrepostas, onde tudo cabe e no fim perde-se. somos fragmentos no fundo. programados automaticamente.
facilmente recorda-se de um pedaço aqui e outro ali.
juntos talvez virem uma história que nunca existiu: quando hiperbólicamente aumentamos sem a menor restrição a história que se conta, ou como se sobrepuséssemos esta, na imagem que realmente existiu: as chamadas mentiras que passam despercebidas. nem nossa automáquina compreende, as vezes nem assimila. de repente torna-se verdadeiro. onde as imagens do inconsciente, tanto o individual quanto o coletivo cruza-se formando uma outra história.
não é possível esquecer por completo, assim, como naquele calendário pendurado e que as vezes só me lembro de virar a folha no quinto dia útil do mês. ainda assim há urgência.
imagens novas sobrepostas.
um pacto não sei se a favor ou contra o tempo: depende da posição que ocupa (na maior parte do tempo).
existirão sim as imagens que não se quer re-ver. e que, dependendo de sua intimidade com o compositor dos destinos, e da profundidade do acordo com ele que és um dos deuses mais lindos: se preciso ou propício o tempo-tempo for.
círculos fechados e então não serei nem tu terás sido.
qual o seu nível de vínculo?


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*composta por Caetano Veloso

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