você me habita de uma maneira absolutamente envolvente,
maritimamente me toma, como iemanjá enfurecida ao (re)ofertar oferendas,
buscando suas almas de alguma forma devedoras...
mas são as almas que se deixam envolver,
apaixonados pelo mar [que é teu de direito]..
maresia.
mar com poesia
já existia...
dentro de mim.
cantoria,
dentro de mim.
cantoria,
eu que ouvia,
de repente
de repente
o que havia?
por que o céu escurecia?
era ela
era iansã que aparecia
o mar,
em pó se transformaria
logo eu
naufragaria
embevecido
a tristeza
amarguraria
minha vida
quem diria, em pouco tempo
tudo se transformaria!
as ondas que ali
na beira da praia quebraria
já eu sabia que não
regressaria
lá no fundo,
onde nem luz mais havia
eu ofereceria
àquela que chegaria
trazendo a tempestade
disfarçada em calmaria
"é vista quando há vento e grande vaga
ela faz um ninho no enrolar da fúria
e voa firme
e certa
como bala
às suas asas empresta a tempestade
quando os leões do mar rugem
nas grutas
sobre os abismos ela passa
e vai em frente
ela nao busca a rocha, o cabo, o cais
mas faz da insegurança sua força
e do risco de morrer
seu alimento
por isso me parece imagem justa
para quem vive e canta no mau tempo."
Um comentário:
cada vez que ouço bethania lembro de você.
dê notícias. bom saber que está vivo. >:)
beija
Postar um comentário