sábado, 12 de junho de 2010

paixão marítima





você me habita de uma maneira absolutamente envolvente,
maritimamente me toma, como iemanjá enfurecida ao (re)ofertar oferendas,
buscando suas almas de alguma forma devedoras...
mas são as almas que se deixam envolver,
apaixonados pelo mar [que é teu de direito]..

maresia.

mar com poesia

já existia...
dentro de mim.
cantoria,

eu que ouvia,

de repente

o que havia?

por que o céu escurecia?

era ela

era iansã que aparecia

o mar,

em pó se transformaria

logo eu

naufragaria

embevecido

a tristeza

amarguraria

minha vida

quem diria, em pouco tempo

tudo se transformaria!

as ondas que ali

na beira da praia quebraria

já eu sabia que não

regressaria


lá no fundo,

onde nem luz mais havia

eu ofereceria

àquela que chegaria

trazendo a tempestade

disfarçada em calmaria



"é vista quando há vento e grande vaga

ela faz um ninho no enrolar da fúria

e voa firme

e certa

como bala

às suas asas empresta a tempestade

quando os leões do mar rugem

nas grutas

sobre os abismos ela passa

e vai em frente

ela nao busca a rocha, o cabo, o cais

mas faz da insegurança sua força

e do risco de morrer

seu alimento

por isso me parece imagem justa

para quem vive e canta no mau tempo."




Um comentário:

auburn disse...

cada vez que ouço bethania lembro de você.
dê notícias. bom saber que está vivo. >:)

beija