O Lago
No verdor de meus anos, meu destino foi só
habitar, de todo o vasto mundo,
uma região que amei mais do que todas,
tanto encantava a solidão
de um lago selvagem, que cercavam negras rochas e altos pinheiros, dominando tudo.
de um lago selvagem, que cercavam negras rochas e altos pinheiros, dominando tudo.
Mas quando a Noite, em treva, amortalhava
esse recanto e o mundo,
e o vento místico chegava,
murmurando melopéias,
e o vento místico chegava,
murmurando melopéias,
então, ah! sempre em mim se despertava
o terror desse lago solitário.
Não era um terror, porém, de espanto,
mas um delicioso calafrio,
sentimento que as jóias mais preciosas não inspiram, nem fazem definir;
nem mesmo o amor, nem mesmo o teu amor.
Reinava a Morte na água envenenada
e seu abismo era um sepulcro digno
de quem pudesse ali achar consolo
para seus pensamentos taciturnos,
de quem a alma pudesse, desolada,
no torvo lago ter um Paraíso.
Tradução de Óscar Mendes e Milton Amado do poema "The Lake" de Edgar Allan Poe.
Tradução de Óscar Mendes e Milton Amado do poema "The Lake" de Edgar Allan Poe.
Um comentário:
Paraíso escondido...
Postar um comentário