segunda-feira, 21 de maio de 2012

é chegada a frente fria


o presente perece a medida em que o amanhã torna-se mais esperado que a próxima hora, o próximo minuto, segundo. eles estão a anteceder e permear a chegada do tempo outro que, espera-se traga consigo boa aparência.
vivendo entre a linha tênue que separa imperceptivelmente o hoje do amanhã, que se desfrute de uma tarde de trabalho intensa, seja dentro ou seja fora. não foi possível encontrar palavras para dizer o que me invadira: a URGÊNCIA em deixar de pensar se o concreto vale a pena se a alma de quem o concebeu não for pequena. a vida útil de uma pedra é de milhares de milhares de anos, mas a caverna desenhada e enfim em pé alí está para ser destruída, modificada, ampliada.. algumas sequer deixaram de ser idealizadas, foi no papel que encontraram morada. assim a frente fria invade o céu daquele recente bairro em que brotam novas cavernas, de infindáveis formas, úteis ou não, funcionais ou não ali estão para ser observadas e algumas até possuem jardim. outras possuem poços que ousam intitular piscina. todos os defeitos estão também para ser visualizados. o amanhã há de chegar e será possível que se veja totens erguidos a completar a cada ano,  um ano a menos de sua vida útil ante a paisagem de um bairro resumidamente residencial. a vida prática é feita de sonegações em suma. questionar-se será o mais novo estagnar-se ante às opções, cada vez mais escassas. está chegando o momento em que poderei destruir a medida em que erguerem as paredes: me desconstruindo. é chegado o momento em que levantarei construção, fruto de pequenas destruições. "todo muro é ótimo, desde que segure o teto".



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