
me demoro dias, esperando que aconteça
me escondo na fatalidade
e encaro a fome de vida
a minha
a nossa
porque me felinizo ao ouvir
a melodia noturna me toma
me escondo faltalmente atrás das nuvens
e em segundos, assim como o gato na lua
dispersa-se
qualquer ruído me atenta
prefiro o pulo à pedir licença
me assusto
de quantas vivalmas precisarão a mais, eles?
da minha!
socorro-me as lâminas
que de papelão que são
iluminam-me
assim como a luz da lua
no gato.
acelero, me freio e breco
afronto-me
afronte-se
me solidarizo comigo
solidarizemo-nos
houve abandono
de outros, mas não de mim mesmo
de grão em grão
a galinha rompe a casca
do ovo
*
4 comentários:
Construções assimétricas da alma.
...
enche o papo...
fica de saco (papo) cheio...
pena (não a da galinha) que o ovo em questão possui camada tão forte e teimosa...
teima em não despedaçar e livrar aquele que precisa de vento fresco no rosto...
a galinha, que deveria ser engolida pelo gato, fica lá, insuportavelmente assistindo as tentativas frustadas...
nos resta então aguardar o gato abandonar este cenário...
parafraseando caetano divino veloso: esse papo seu já tá qualquer coisa
você já tá pra lá de Marraqueche pode ser que se calar fose menos frustrante para quem escreve e para quem le
bem vinda anônima ao meu espaço.. já posso ouvir finalmente as reverberações internas. o eco é obrigatório e o grito, opcional. que restem apenas as vozes, sufocadas pelo ideal de uma vida de sucata, pela liberdade e pela felicidade, meras simulações da realidade.
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